
sexta-feira, 30 de abril de 2021
Lógica Proposicional - Exercícios (V)

quarta-feira, 28 de abril de 2021
Raciocínio Lógico (I) - Lógica Proposicional









- Lógica Proposicional - Exercícios (I)
- Lógica Proposicional - Exercícios (II)
- Lógica Proposicional - Exercícios (III)
- Lógica Proposicional - Exercícios (IV)
- Lógica Proposicional - Exercícios (V)
- Lógica Proposicional - Exercícios (VI)

Lógica Proposicional - Exercícios (IV)

segunda-feira, 19 de abril de 2021
As fábulas pagãs
Ao contrário, os que ensinam os mitos inventados pelos poetas não podem oferecer nenhuma prova aos jovens que os aprendem de cor. E nós demonstramos que foram ditos por obra dos demônios perversos, para enganar e extraviar o gênero humano. Com efeito, ouvindo os profetas anunciarem que Cristo viria e que os homens ímpios seriam castigados através do fogo, colocaram na frente muitos que se disseram filhos de Zeus, crendo que assim conseguiriam que os homens considerassem as coisas a respeito de Cristo como um conto de fada, semelhante aos contados pelos poetas. Tudo se propagou principalmente entre os gregos e outras nações, onde mais os demônios tinham ouvido, pelo anúncio dos profetas, que se deveria crer em Cristo. Nós colocaremos às claras que, embora ouvindo o que dizem os profetas, não o entenderam exatamente, mas parodiaram como charlatães aquilo que se refere a Cristo. Como já dissemos, o profeta Moisés é mais antigo do que todos os escritores e por ele, como já indicamos, foi feita esta profecia: “Não faltará príncipe de Judá, nem chefe de seus músculos, até que venha aquele a quem está reservado, e ele será a esperança das nações, amarrando seu jumentinho na sua videira e lavando sua roupa no sangue da uva ”. Ouvindo essas palavras proféticas, os demônios disseram que Dioniso tinha sido filho de Zeus, ensinaram que ele tinha inventado a vinha, introduziram o asno em seus mistérios e propagaram que ele, depois de ter sido esquartejado, subiu ao céu. Acontece, porém, que na profecia de Moisés não aparecia com clareza se aquele que devia nascer seria Filho de Deus, nem se aquele que deveria montar o jumentinho permaneceria na terra ou subiria ao céu. Por outro lado, o nome de jumentinho, originariamente pode tanto significar a cria do asno como do cavalo. Assim, não sabendo se a profecia deveria ser tomada como símbolo de sua vinda montado num jumentinho de asno ou num potro de cavalo, nem se seria filho de Deus, como dissemos, ou de homem, os demônios inventaram que, Belerofonte, homem nascido de homens, subiu ao céu montado no cavalo Pégaso. Como também ouviram por outro profeta, Isaías, que haveria de nascer de uma virgem e que por sua própria virtude subiria ao céu, adiantaram-se com a lenda de Perseu. Pela mesma razão, conhecendo o que fora dito dele nas profecias anteriormente citadas: “Forte como um gigante para percorrer seu caminho”, inventaram um Hércules forte, que andava peregrinando por toda a terra. Por fim, ao inteirarem-se que estava profetizado que ele curaria todas as enfermidades e ressuscitaria mortos, nos trouxeram a fábula de Asclépio.- São Justino, I Apologia (54,1-9).
domingo, 18 de abril de 2021
Cristãos antes de Cristo
Alguns, sem motivo, para rejeitar o nosso ensinamento, poderiam nos objetar que, ao dizermos que Cristo nasceu somente há cento e cinqüenta anos sob Quirino e ensinou sua doutrina mais tarde, no tempo de Pôncio Pilatos, os homens que o precederam não têm nenhuma responsabilidade. Tratemos de resolver essa dificuldade. Nós recebemos o ensinamento de que Cristo é o primogênito de Deus e indicamos antes que ele é o Verbo, do qual todo o gênero humano participou. Portanto, aqueles que viveram conforme o Verbo são cristãos, quando foram considerados ateus, como sucedeu entre os gregos com Sócrates, Heráclito e outros semelhantes; e entre os bárbaros com Abraão, Ananias, Azarias e Misael, e muitos outros, cujos fatos e nomes omitimos agora, pois seria longo enumerar. De modo que também os que antes viveram sem razão, se tornaram inúteis e inimigos de Cristo e assassinos daqueles que vivem com razão; mas os que viveram e continuam vivendo de acordo com ela, são cristãos e não experimentam medo ou perturbação.- São Justino, I Apologia (46,1-4).
sexta-feira, 16 de abril de 2021
Lógica Proposicional - Exercícios (III)

34. (CESPE EMBASA 2009) A negação da afirmação “Todas as famílias da rua B são preferenciais” é “Nenhuma família da rua B é preferencial”.
Lógica Proposicional - Exercícios (II)

20. (CESPE) Segundo os princípios da não contradição e do terceiro excluído, a uma proposição pode ser atribuído um e somente um valor lógico.
Lógica Proposicional - Exercícios (I)

Por que / Porque / Por quê / Porquê
1) Por que / Porque / Por quê / Porquê
A forma por que pode ser uma locução adverbial interrogativa de causa quando equivale a “por qual razão/motivo’ ou ‘a razão pela qual”. Pode aparecer em frases interrogativas diretas (com o sinal “?”) e indiretas (sem o sinal “?”).
– Por que você fez isso?
– Juro que eu não sei por que eu fiz isso.
A forma por que pode ser apenas a combinação da preposição “por” + o pronome indefinido “que”, equivalendo a “por qual”.
– Começo a entender por que motivo você fez isso.
A forma por que pode ser apenas a combinação da preposição ‘por’, exigida por um termo + a conjunção integrante “que”.
– Eu sempre ansiei por que você me explicasse o motivo.
A forma por que também pode ser a combinação da preposição “por” + o pronome relativo “que”, equivalendo a “pelo qual” (e variações).
– O motivo por que você fez isso não é mais surpresa para ninguém.
A forma porque pode ser uma conjunção explicativa ou causal (equivalendo a pois, visto que, já que, etc.); para alguns gramáticos, como Luiz A. Sacconi, Pasquale C. Neto, Ulisses Infante etc., pode ser também uma conjunção final (equivalendo a “para que”).
– Você fez isso porque (pois) queria dinheiro, não é?
– Só fiz isso porque (para que) conseguisse dar-me bem, até porque (pois; ignore o “até”) sou merecedor.
Cuidado!!!
Em frases interrogativas diretas, a banca vai tentar influenciar você a marcar o uso de por que (separado, sem acento). Não caia nessa. Analise com calma a questão, pois, mesmo em frases interrogativas diretas, podemos usar a forma porque. Veja só um caso: “Será porque ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Observe que a substituição por “pois” não seria suficiente para batermos o martelo, até porque ia ficar estranha a frase: “Será pois (?!) ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Como analisar, então, a frase “Será porque ele viajou mais de 20 horas na classe econômica que está cansado?”. Ignore o verbo ser + que, que formam uma expressão expletiva (de realce), e a frase ficará assim, na ordem direta: “Ele está cansado porque (= pois) viajou mais de 20 horas na classe econômica?”. Percebe que a forma porque está certíssima? Cuidado!!!
A forma por quê pode ser usada antes de pausa representada por sinal de pontuação, em fim de frase ou isolada.
– Agora você soube por quê, certo?
– Sem seu esclarecimento, nunca entenderia por quê.
– Por quê?
A forma porquê é um substantivo e vem comumente acompanhada de um determinante (artigo, pronome, numeral ou adjetivo/locução adjetiva). Esta “regrinha” anula a anterior, ou seja, por mais que a expressão esteja em fim de frase ou antes de pontuação, se vier acompanhada de determinante, será escrita “junto com acento”. Pode ir ao plural, uma vez que se trata de um substantivo.
– Preciso que você me explique pelo menos mais dois porquês, ok?
– Só vou dar este porquê a você; já o porquê de verdade não lhe cabe saber.
- Fernando Pestana. A Gramática para concursos Públicos; 166-167.
quinta-feira, 15 de abril de 2021
A obra dos demônios
Digamos a verdade: antigamente, alguns demônios perversos, fazendo suas aparições, violaram as mulheres, corromperam os jovens e mostraram espantalhos aos homens. Com isso, ficaram apavorados aqueles que não julgavam pela razão as ações praticadas e assim, levados pelo medo e não sabendo que eram demônios maus, deram-lhes nomes de deuses e chamaram cada um com o nome que cada demônio havia posto em si mesmo. Quando Sócrates, com raciocínio verdadeiro e investigando as coisas, tentou esclarecer tudo isso e afastar os homens dos demônios, estes conseguiram, por meio de homens que se comprazem na maldade, que ele também fosse executado como ateu e ímpio, alegando que ele estava introduzindo novos demônios. Tentam fazer o mesmo contra nós. De fato, por obra de Sócrates, não só entre os gregos se demonstrou pela razão a ação dos demônios, mas também entre os bárbaros, pela razão em pessoa, que tomou forma, se fez homem e foi chamado Jesus Cristo. Pela fé que nele temos, não dizemos que os demônios que fizeram essas coisas são bons, mas demônios malvados e ímpios, que não alcançam ou praticam ações semelhantes, nem mesmo aos homens que aspiram à virtude.- São Justino, I Apologia (5,2-4).
terça-feira, 6 de abril de 2021
Tipologia Textual
sábado, 3 de abril de 2021
A Ordem das Disciplinas
A ordem das disciplinas requer que vamos do mais claro e mais notório ao menos claro e menos notório, e do que é princípio e causa ao que é consequência e efeito. Como todavia nossa inteligência é demasiado imperfeita, podemos considerar a ordem das disciplinas de dois modos: ou segundo a própria natureza delas, ou com relação a nós. Daí que, considerando as ciências em si mesmas, haveria que estudar primeiro a Metafísica, depois a Física, depois a Lógica e por último a Gramática. E isso é assim porque, segundo a ordem de natureza, primeiro devemos conhecer o ente enquanto ente (o sujeito da Metafísica), depois o ente móvel (sujeito da Física Geral), depois a ordem que nosso intelecto deve adquirir para adequar-se às coisas (o sujeito da Lógica), e finalmente a arte com que devemos significá-las pelas palavras (a Gramática).Considerando no entanto estas disciplinas com relação a nós, cujo conhecimento discursivo deve partir do mais fácil e mais manifesto quoad nos (quanto a nós), havemos de aprender primeiro a Gramática, depois a Lógica, depois a Física e por fim a Metafísica. Mas isto não suprime aquilo, razão por que não podemos ter perfeito conhecimento da Gramática sem dominar a Lógica, nem podemos ter perfeito conhecimento da Lógica e da Física sem conhecer suficientemente a Metafísica. Por conseguinte, a ordem das disciplinas quoad nos supõe um aprendizado imperfeito das primeiras ciências e requer, depois de termos alcançado a Metafísica, que voltemos àquelas para enfim conhecê-las melhor ou perfeitamente. O bom método supõe, assim, um estudo circular, ou antes, helicoidal. Mas tal circulação jamais termina, porque a Metafísica – de que todas as demais ciências alcançáveis pela luz da razão não são, em verdade, senão partes potenciais – não é ciência humana: é ciência divina, e não a conseguiremos dominar perfeitamente senão com a visão beatífica (se nos salvarmos).
Ademais, algumas das disciplinas são subordinadas ou subalternadas a outras, assim como a ciência da espécie se subalterna à ciência do gênero, ou como a Música se subalterna à Matemática, ou como a Gramática se subalterna à Lógica, razão por que o músico perfeito é o músico-matemático e o gramático perfeito é o gramático-lógico.
E qual será o mestre perfeitíssimo? Aquele que, tendo já galgado todos os degraus da escada da sabedoria e tendo alcançado a Metafísica, já pôde também descer a escada e compreender mais perfeitamente os degraus sucessivamente inferiores – e por isso é capaz de levar pela mão os discípulos escada da sabedoria acima, voltando sempre um degrau abaixo para fazê-los enfim compreender melhor a ciência inferior.
Pois bem, darei aqui de modo o mais sumário possível o quadro da ordem das disciplinas quoad nos e pois sua ordem pedagógica.[1]
• A Gramática (ou seja, a arte da escrita), que como dito é subalternada à Lógica.
• A genérica Ciência da Arte do Belo (ciência prática), subalternada – multiplamente – a disciplinas também posteriores: a Lógica, a Física Geral, a Psicologia ou Antropologia, a Ética e a Política, e a Teologia Sagrada.[2]
OBSERVAÇÃO. São as seguintes as espécies atuais da Arte do Belo (ou seja, o gênero de artes que fazem propender ao bem e à verdade): a Literatura, o Teatro, o Cinema, a Música, a Dança, a Pintura, a Escultura, por vezes a Arquitetura. Assinale-se porém que todas elas são subalternadas não só à Ciência da Arte do Belo, mas também à Lógica e às Ciências Naturais (e a Música, a Pintura, a Escultura e a Arquitetura ainda às Matemáticas), ou seja, igualmente a disciplinas posteriores.
• A Retórica (ou seja, a arte de fazer suspeitar a verdade).
• A Dialética (ou seja, a arte de alcançar a opinião mais provável).
• A Sofística (ou seja, a arte de evitar as falácias).
OBSERVAÇÃO: a Arte do Belo, a Retórica, a Dialética e a Sofística são partes potenciais da Lógica. Até pouco tempo atrás seguimos o parecer expresso pelo Padre Álvaro Calderón em seu indispensável Umbrales de la Filosofía, a saber, que as partes potenciais da Lógica devem aprender-se e ensinar-se depois desta. Hoje, adotamos a ordem exposta aqui.[3]
• A Lógica (ou seja, a ciência-arte propedêutica a todas as demais ciências e a todas as demais artes). São partes integrais suas:
a) o Tratado dos Predicáveis;
b) as Categorias ou Predicamentos;
c) os Análogos – e os Análogos Supremos (os Transcendentais);
d) O Tratado da Proposição;
e) O Tratado da Figura do Silogismo;
f) O Tratado da Demonstração.
OBSERVAÇÃO 1. Grande parte do alcançado na ciência da Lógica requer complementação definitiva na Metafísica.
OBSERVAÇÃO 2. Após a Lógica, podem dar-se os primeiros passos nas ciências práticas do agere: a Ética, a Econômica e a Política. Mas somente os primeiros passos, pela razão que se verá mais adiante.
• A Física Geral (ou seja, a ciência genérica do ente móvel). Vêm em seguida as ciências que são como partes subjetivas da Física Geral:
a) a Cosmologia ou Física Especial (ou seja, a ciência física do ente segundo o lugar);
b) a Química (ou seja, a ciência física do ente segundo a geração e a corrupção);
c) a Biologia (ou seja, a ciência física do ente segundo o aumento e a diminuição);
d) a Psicologia (ou seja, a ciência física do ente segundo alteração).
OBSERVAÇÃO. Se todavia se trata da alma humana, então a Psicologia se torna Antropologia e está de certo modo a cavaleiro entre a Psicologia geral e a Metafísica. Ademais, só depois do estudo da Antropologia é que se podem dar os passos definitivos nas ciências do agere, porque não podemos saber o que o homem deve fazer sem que saibamos previamente o que e como é sua alma.
• As Ciências Práticas do Agere:
a) a Ética (ou seja, a ciência do autogoverno);
b) a Econômica (ou seja, a ciência do governo doméstico e de seu desdobramento na pólis);
c) A Política (ou seja, a ciência do governo da pólis).
OBSERVAÇÃO 1. A Prudência docens ou Ética é verdadeira ciência (prática), mas não é arte de modo algum, enquanto a Prudência utens ou Prudência propriamente dita não é ciência de modo algum, mas se diz arte em sentido amplo.
OBSERVAÇÃO 2: a arte do Direito subordina-se a duas ciências práticas do agere: a Econômica e a Política.
OBSERVAÇÃO 3: a História supõe uma complexa discussão que faremos também num futuro livro nosso: Da História e Sua Ordem a Deus. Diga-se por ora, todavia, que em primeira instância a História é disciplina auxiliar da Política.
• As Matemáticas (ou seja, as ciências do ens quantum).
• Por fim a Metafísica, ou Filosofia Primeira, ou Teologia Filosófica (ou seja, a ciência do ente enquanto ente).
Mas e a Teologia Sagrada ou Sacra Teologia (ou seja, a ciência de Deus enquanto Deus ou sob a razão de Verdade divina)? Há que dizer que esta Teologia é a única das ciências que é tanto especulativa como prática (conquanto antes especulativa que prática), mas cujos princípios não se alcançam pelas luzes da razão: são-nos dados por revelação divina. Por isso mesmo, no entanto, seus princípios não o podem ser de nenhumas ciências especulativas subalternadas, conquanto com respeito a todas as demais ciências especulativas a Teologia Sagrada imponha balizas, limites e remates.[4] É a última das ciências na ordem do aprendizado e do ensino.
[1] Este assunto é aprofundado em alguns livros nossos, como a Suma Gramatical da Língua Portuguesa (É Realizações), Da Arte do Belo (Edições Santo Tomás) e três opúsculos de Do Papa Herético (Edições Santo Tomás): “Das Artes Liberais: A Necessária Revisão”, “Gramática, Arte Subordinada à Lógica”, “Das Complexas Relações entre Fé e Razão e entre Filosofia e Teologia Sagrada”. – Ademais, nossa Escola Tomista, curso on-line, segue pouco mais ou menos esta mesma ordem ao longo de seus cinco anos de duração (ou seja, ao longo de suas cerca de 250 aulas).
[2] Estritamente falando, a Teologia Sagrada só subalterna as ciências práticas, quer as do agere, quer as do facere (como se mostra no livro Da Arte do Belo). – Mas este ponto, em que nosso parecer se choca com o parecer de muitos tomistas, requer aprofundamento, o que faremos, se Deus quiser, num livro futuro (Lições Metafísicas).
[3] O que também se explicará no referido e futuro Lições Metafísicas.
[4] Cf. nosso já citado “Das Complexas Relações entre Fé e Razão e entre Filosofia e Teologia Sagrada”. – E relembre-se: se a Teologia Sagrada não pode subalternar nenhuma das demais ciências especulativas, fá-lo, sim, às ciências práticas do agere e à Ciência da Arte do Belo, como dito em nota supra.
- Carlos Nougué. Estudos Tomistas Opúsculos II; A Ordem das Disciplinas; p. 127-131.
